Quando o jejum intermitente passa a ser um problema?

Você leu o texto anterior do nosso blog em que o Dr Gustavo explicou o que é o jejum intermitente e como fazer? Se não, corre lá antes de continuar aqui!!

O jejum intermitente, dependendo da forma como você o pratique, pode ser visto de diversas formas. Pode ser uma dieta, ou um hábito, se você utilizar ele apenas para um determinado foco e inseri-lo em sua rotina de forma esporádica, ou pode ser um estilo de vida, caso você o pratique no seu dia-a-dia.

Hoje em dia convivemos diariamente com a internet e com sua globalização, o que faz com que passamos a viver no imediatismo, queremos tudo para o mais rápido possível, e voltamos os nossos olhares para pessoas do mundo inteiro, celebridades ou anônimos, em seus estilos de vida, corpos, cabelos, bens materiais... e tudo isso se estende também para a nossa saúde. Dessa forma, muitas pessoas acabam apostando em dietas da moda, sem ao menos procurar saber se elas podem ser benéficas para si.

Nem toda dieta, prática, mudança de hábitos, nem todo estilo de vida funcionam da mesma forma ou são bons para todas as pessoas.

Sendo assim, quando o jejum intermitente é tratado, por você, como mais uma dieta da moda, que viu na internet, ou que algum amigo começou a fazer, te explicou e você resolveu começar... ele pode ativar quadros ansiosos, depressivos, de exageros e compulsões alimentares, de estresse exagerado... preexistente s ou até desenvolvê-los.

Assim como pode acontecer em qualquer dieta restritiva ou numa mudança de comportamento alimentar repentina, sem uma indicação ou acompanhamento profissional.

A restrição está intimamente ligada a compulsão, quando se inicia uma dieta cheia de restrições, ou quando você está tão ansioso por resultados rápidos e restringe sua alimentação, a restrição pode, e muito, virar compulsão!

Quando você tem pensamentos compulsivos mas mantém restringindo sua alimentação, você pode ser acometido por ansiedade, estresse demasiado... agora, quando você vivencia pensamentos compulsivos e se comporta dessa forma, acaba consumindo alimentos, normalmente hipercalóricos, excessivamente. Ambas as situações podem desencadear problemas ainda mais sérios como a bulimia, anorexia, obesidade e outros transtornos mentais.

Você, a saúde da sua mente e de seu corpo, devem ser sua prioridade número um. Quando iniciar a sua nova prática, se observe! Perceba como você se comporta ao longo do seu dia, se você está aceitando bem essa novidade, se está sendo positivo para você. Agora, se você percebe que está ficando mais ansioso, que durante as janelas alimentares você tem comido mais ou de forma abrupta, se você tem se percebido mais irritado, ou se estressando com maior facilidade... pode ser um alerta para repensar e replanejar sua nova rotina.

E isso não quer dizer que você não é capaz ou que você tenha que abandonar o jejum intermitente (ou qualquer outro estilo de vida), mas sim, que você pode precisar de mais tempo ou até mesmo entender melhor como você funciona e qual a melhor forma para você praticar. Antes de tudo, se respeite, respeite seu organismo, seu biotipo e suas diferenças, faça apenas aquilo que está sendo benéfico para você e sua saúde.

Achou o jejum intermitente interessante e quer praticá-lo? Acredita que ele possa ser uma ferramenta positiva para você e quer fazê-lo de forma consciente e benéfica, não apenas como mais uma dieta milagrosa para perder “X” quilos até o natal? Então, antes de iniciar, procure seu médico, seu nutricionista, pegue as recomendações de como fazer, faça exames e entenda se o seu corpo já está pronto para essa nova rotina ou se você precisará de alguma preparação. Além do médico e do nutricionista, profissionais da psicologia, educação física e fisioterapia podem ser grandes aliados desse seu novo estilo de vida. Movimente-se com saúde!

Alana Carvalho Gonçalves

15 de novembro de 2018